28/11/2010

Por quê escrevemos?

"Anos atrás eu li Spengler. Por anos eu tenho visto suas previsões lentamento se desdobrarem na Nova Zelândia diante dos meus olhos, toda vez que eu leio o jornal ou mesmo levo o cachorro para passear na rua e vejo vidro quebrado brilhando no chão, testemunhoa dos selvagens bastardos que vagueiam ensandecidos sem pensar em ninguém ou qualquer coisa além de sua auto-gratificação imediata. (E o quê se pode pensar daqueles cidadãos mais respeitáveis que não conseguem nem chamar para si a responsabilidade de se incomodarem o bastante para limparem os cacos de vidro de suas próprias calçadas, presumidamente com a desculpa de que não foram eles que fizeram isso?)

Eu reconheço a miríade de maneiras tais como essas mencionadas que em agregado estão soletrando as palavras: decadência cultural e social. Algumas das coisas sobre as quais escrevo acima podem parecer triviais (...), porém, todas de alguma maneira refletem a Nova Zelândia como um microcosmo da Civilização Ocidental em seu dilema cíclico, como previsto por Spengler.

Porém, apesar de todo o pessimismo, onde há Vontade há esperança; onde há uma fagulha pode um dia haver um fogo purificador. O mínimo que podemos fazer é seguir o conselho de Evola e 'cavalgar o tigre'.

Eu simplesmente não gosto do quê vejo que está acontecendo, e não sou inclinado a ficar calado. Eu não acredito em recuar por qualquer razão, nem acredito que os bastardos que estão devastando nossa civilização devem ser permitidos a proceder sem serem chamados a responder por isso. Como eu não sou um grande pintor, músico, poeta, organizador ou orador, eu posso ao menos rascunhar meus pensamentos e tentar colocá-los 'lá fora' para qualquer que possa se dar ao trabalho de lê-los, quer sejam aceitos ou não, úteis ou inúteis. É parte de quem eu sou, e sempre será."
(Kerry Bolton, Trecho de "Por quê escrevemos?")